domingo, 16 de dezembro de 2012

Texto de Leandro Sousa Alves



Maria do Carmo Freitas - Caligrafia IV - 1993
litografia em pedra - 32x43cm


Ontem fui dormir com sol queimando o meu rosto, acordei na mesma posição, no mesmo lugar, com o sol queimando o meu rosto. O verão aqui parece o inferno, já não posso mais continuar esperando a minha vida passar diante dos meus olhos. O tempo congelou: não cheguei aos 15 anos e minha pele já parece a de minha avó. Hoje será o último dia que escrevo daqui, estou a caminho do sul para tentar viver, construir...
Amanhã continuo minha saga.


(Leandro Sousa Alves é aluno do Curso de Teatro da UFU e escreveu esse trecho de diário a partir da apreciação individual e coletiva de uma obra de Maria do Carmo Freitas)


A imagem utilizada nesta postagem encontra-se no livro:
FREITAS, Maria do Carmo. Maria do Carmo Freitas: depoimento. Belo Horizonte : Com/arte, 2004. p. 4.






Um comentário:

  1. O que dizer? Força em tão poucas palavras, uma vida em 10 linhas. Textos curtos nos fazem sintetizar com precisão!

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