Dadas a constância e a liberdade com que Leonilson integrava literatura e imagem, a proposta feita no Ateliê foi um texto breve que dialogasse com a obra. Como se nos vazios deixados pelo artista pudéssemos desenhar palavras que, se descoladas da obra, teriam vida própria como um texto breve.
Chamamos a isso intervenção poética. Esta foi feita pela Carina Freitas. Ao clicar sobre a imagem, ela se amplia.
Abaixo o texto:
Cada ausência é sentida como se meus dentes fossem arrancados com as mãos.
Não há como restabelecer a ordem,
como curar feridas.
Não há tempo, não há vontade, não há.
O tempo
sangra
fecha
cura
passa
volta
Não exijo mais de mim.
Deixo como está.
Como foi abordado no post anterior, fizemos várias leituras sobre a obra, do ponto de vista de quem está observando uma reprodução e trazendo como bagagem um breve estudo do trabalho do Leonilson, das suas motivações e suportes.
ResponderExcluirVou deixar aqui registrado o que "grudou" em mim.
Mais do que a forma, o texto escrito a lápis sobre a lona, me chamou mais atenção. E fiquei pensando que "da pouca paciência" com sabe lá o quê que motivou Leonilson, surgiu uma obra crua, simples, sem acabamento. Como se não houvesse tempo nem ferramentas específicas para arrancar o que precisava ser arrancado, nem tempo nem material suficiente para cobrir os buracos que foram deixados; ou talvez, alguns buracos não pudessem mesmo serem fechados. E a obra era aquela, daquele jeito, naquele pouco tempo se definiu.
Me envolvi com esta energia para criar o texto.
Eu também deixo...rs..
ResponderExcluirCarina!
e com tão poucos elementos, que podem ser infinitos, tanto quanto nossos olhares, resurgiu da obra uma nova emoção!
Entre os ritmos, entre escolhas de palavras, seus inúmeros fragmentos, existem, independentemente da obra de Leonilson, mas é gostoso pensar que foi parida através dela.
Gosto dessa energia inter (in) ventiva.
beijos, Elaine
Olá, pessoal
ResponderExcluirBom passar por aqui e ver/ler estas instigantes trocas criativas. Que bonito isso! É o que se poderia chamar de diálogo criativo e, como bem diz a nossas Elaine, "inter(in)ventivo". Leonilson teria adorado ver (será que não viu?) esta sua obra (re)visitada.
abraços e parabéns a todos.
dalila teles veras