terça-feira, 6 de abril de 2010

Artaud e o teatro contemporâneo



Quando se trata de analisar o teatro contemporâneo alguns criadores devem estar presentes na base desse estudo. Um deles é o francês Antonin Artaud (1896-1948), a começar pelo fato de ter sido um artista múltiplo: poeta, dramaturgo, roteirista, ficcionista, ator e diretor.

Artista total, a princípio ligado ao movimento surrealista, Artaud logo trilhou seu próprio caminho ao propor novas abordagens das artes cênicas, como, por exemplo, o retorno ao ritual, a reconquista da comunhão entre os artistas e o público. Para isso era necessário ir além da palavra, além da estrutura fixada por uma dramaturgia. Ou aquém. Cavar, promover a prospecção de sensações que pudessem tocar o espectador no corpo e na alma, nos sentidos, nas emoções, sem, necessariamente, haver um entendimento lógico. O teatro vislumbrado por Artaud oferecia um reencontro com a materialidade cênica, um jogo com os sentidos dos participantes por meio da cenografia, do vestuário, das música, da luz, da voz e do corpo do ator.

Falaremos dele algumas vezes neste blog. Hoje damos destaque à pesquisa vocal desenvolvida por Artaud que extrapola a emissão de um texto e alcança ela mesma uma materialidade tal, que pode ser associada a um gesto, uma ação. Um pouco dessa pesquisa está registrada no link abaixo. Trata-se de uma gravação da peça -radiofônica “Para acabar com o julgamento de Deus”, levada ao ar em 1948, escrita e interpretada por Antonin Artaud pouco antes de falecer. O texto da peça encontra-se disponível em pdf no segundo link.

http://www.youtube.com/watch?v=HL5ycjxBweg&feature=PlayList&p=D326FC97D9851D52&playnext_from=PL&index=0&playnext=1


http://www.youtube.com/watch?v=iLSF544ELcg&feature=related

Um comentário:

  1. Artaud era incisivo na sua abordagem teatral:“O teatro é igual à peste porque, como ela, é a manifestação, a exteriorização de um fundo de crueldade latente pelo qual se localizam num indivíduo ou numa população todas as maldosas possibilidades da alma”. (http://www.passeiweb.com/saiba_mais/arte_cultura/teatro/crueldade)

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