sexta-feira, 11 de junho de 2010

Mensagens sublinhadas




Olá Carol. A respeito do que conversamos, algo que me deixou muito pensativo foi a questão da mídia controladora, e pensar que além de dar informações desnecessárias ela nos bombardeia com seus produtos milagrosos que podem “resolver” os nossos problemas, e que quase sempre depois de pouco tempo de uso vira lixo acumulado, esse lixo quase nunca tem seu destino correto, gerando as várias calamidades que vemos nas reportagens, um bom exemplo são as enchentes. Eles nos fazem consumir todas essas porcarias, sem pensar em uma forma de reciclagem, e depois que o caos está armado, usam isso para mostrar a nós mesmos o mal que nós fazemos ao planeta, é super pós moderno usar um celular ou um computador de ultima geração, mas para onde vai isso tudo depois? Será que tudo isso pode ser reciclado? Eles nos fazem comprar sem pensar nas conseqüências prometendo o fim dos problemas, sendo que eles mesmos geram a bagunça em que vivemos. Tudo isso é esquecido com o controle da mídia, é só colocar mais um reality show e tudo está resolvido, hoje é comum cuidar da vida dos outros, se vemos a pessoa na TV uma semana já é o suficiente para dizermos se ela é uma pessoa boa ou má.

Outra coisa bem interessante são os programas que supostamente ajudam as pessoas de rua, etc. Isso é o máximo, você ajudou as pessoas, faz sua doação de dez reais e a sua consciência limpa, e quando passamos por uma pessoa que realmente mora na rua não temos coragem de ajudá-la. A grande pergunta é: para onde vão esses milhões que eles arrecadam todo o ano com esses projetos que dizem ser sociais? Se fizermos um cálculo de quanto já arrecadaram desde os primeiros programas até hoje, acho que daria pra ajudar todas as crianças e os moradores de rua do Brasil! Mas isso nunca é visto, e mais uma vez eles colocam a vida de alguém pra julgarmos e assim esquecemos tudo outra vez.

Muito grato pela paciência e até a próxima aula! Claudio


(Cláudio Wendel da Silva)

2 comentários:

  1. A carta de Cláudio atende à primeira proposta feita no Ciclo: escrever uma carta que abordasse a temática da pós-modernidade e enviá-la pelo correio. Uma forma de aliar reflexão, criação e recepção.
    Cláudio aproveitou a oportunidade para fazer uma análise crítica do papel da mídia sobre o comportamento. Escreveu a mão e ao sublinhar determinados trechos parece que teve a intenção de reforçar a idéia. O traço, no manuscrito, se assemelha a uma repetição da palavra, uma outra forma de grafá-la, salientando sua importância.

    Como podemos perceber no início, a carta representa uma continuação de algo que já havia sido conversado entre Cláudio (o nome verdadeiro do autor) e Carol (nome verdadeiro da destinatária). Algo que ficou reverberando na cabeça do autor e que ele tem necessidade de comunicar à sua interlocutora.

    Bocas - ouvidos - neurônios - papel - mãos - caneta - envelope - correio - mãos - olhos - neurônios - mãos - micro - blog - olhos - neurônios.

    A comunicação continua.

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  2. por um outro lado, se me permitem a continuidade da comunicação por um novo angulo, penso que fica muito fácil depositarmos a culpa numa terceira pessoa, ou grupo externo, a reflexão que o texto permite no entanto é tomarmos a consciencia de que "Mídia controladora", "produtos desnecessários", "lixo acumulado", é opcional ao consumo.
    mas estamos tão condicionados a repetir o que a própria mídia aplica e incita "que a culpa é do outro",culpa do publicitário brilhante que nos faz engolir a mercadoria, para nossa própria aceitação, pelo impulso emocional de preencher o tal vazio existencial, que esquecemos que no reforço e também no grifo há a possibilidade de dizer Não!

    Apenas colocando mais lenha no fogo da busca por caminhos, pois saídas só com a evolução do homem!...

    Elaine

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