segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Mania de observar


Meus olhos, os meus olhos, parecem que só procuram a minha origem. Estou sentada agora, num corredor, longo, vazio. Tem uma poltrona ali, virada de frente para uma porta. Antes de qualquer coisa, digo que tenho a mania de observar.

Morangos, os morangos, são produzidos pelos morangueiros,
que é uma planta da família das Rosáceas. Existem cerca de 20 espécies, inclusive silvestres, com ampla distribuição nas zonas temperadas e subtropicais. Descobri isso porque li. Leio com uma boa freqüência. É uma questão de costume. Ah, ela é rica em vitamina C.

Eu peço desculpas desde já, sinto dificuldade quando tenho que falar de mim. Ainda mais em público, assim. Sou contida mais em mim. Entendem? Eu me dou muito bem com a natureza, com os animais, por isso que eu digo que procuro a minha origem.

Por falar em animais, gosto muito de comer frango assado. Opa! Não! Quando digo que gosto de animais não é para comê-los, gosto deles vivos, porém não nego que como frango assado, com certa vontade, admito. (pausa). Pensando agora, essa é uma questão dual para homem, comer aquilo que anda, sente, emite algum tipo de som, ainda mais se sentimos algum tipo de sentimento pelo ser. Não vou desenvolver isso agora, deixo para mais tarde.

Ia falar dos morangos, mas vou me estender, então... Acabei.


(Caroline Cunha Duarte escreveu este retrato em 1ª pessoa a partir do auto-retrato feito em colagem por Priscila)


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A tristeza lhe corrói

E o vazio se constrói

Mas em meio à natureza

Surgi-lhe uma certeza

Um desejo descontrolado

De comer um frango assado.


(E este é o retrato em 3ª pessoa escrito pela própria Priscila)


2 comentários:

  1. Achei engraçado... As colagens se fundiram em um texto ligeiramente cômico. Consegui imaginar uma pessoa assim, que conheço. Talvez por isso, imaginei alguém dizendo este texto, como uma narração de um curta ou um programa de televisão.
    Lindinho, Carol.

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  2. A forma de descrição comentada de Carol das imagens da colagem, me deu a impressão de que mais que ler o texto, eu gostaria de ouví-lo, ouvi-lo com a voz de Carol, com aquela pitada de humor levemente ácido e pertinente que admiro tanto.
    A sonoridade me fez exercitar outras visualidades.
    Um novo "olhar" auditivo... se é que isso é possível. No mínimo intrigante, além de divertido.
    Saudações,
    Elaine PB

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