- Cachorro! Ela disse e fechou a porta, fechando também as portas do nosso relacionamento.
- Cachorro eu? A fúria tomou conta de mim e foi se transformando rapidamente em tristeza profunda, que por sua vez, tornou-me nostálgico. Estarei eu apaixonado?
Esta torturante tristeza, que martela o meu jovem coração constantemente não me permite mais ver a luz do sol. Passo horas neste quarto escuro e mal cheiroso pensando. Remoendo-me na falta de circulação de ar das janelas fechadas.
Enquanto penso, me delicio ansiosamente com guloseimas engordativas que tanto agridem o meu corpo e bebo o doce veneno caro dos russos, vodca, com frequência. Acredito que esta punição gastronômica seja algo inconsciente. Ou não.
“Morrer, dormir, talvez sonhar.” A leitura me consola em alguns momentos e me permite não enlouquecer.
Ah! Se fosse o homem de antigamente estaria na estrada, em alta velocidade a caminho de um lugar bonito, com pessoas lindas, conversas fúteis, pouco afeto, muita sexualidade e litros de veneno russo. Mas este novo homem não quer sair deste mundo triste que criou. –Quem sabe ela não volta?
(Juliane Pimenta escreveu este retrato em 1ª pessoa a partir do auto-retrato feito em colagem por Alex)
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Ele gosta mais de comer coisas gostosas, coisas saborosas como: chocolate, hot dog, frutas. Porque comer é bom.
mas o que ele mais detesta é ver a Gisele Bünchen desfilar, ele diz que é um horror.
mas ele gosta, diz que é linda, a Juliana Paes, uma ótima atriz.
ele diz que mais se emociona, sai um rio de lágrimas, quando ele vê crianças com fome, relverando por um pedaço de pão, e estas pessoas não dão; ele diz: são sem coração.
e fez lembrar de uma peça que ele assistiu, afinal ele ama arte, gosta de orquestra, dança, canto, violino tudo de arte principalmente teatro.
uma peça chamada avoar, ele assistiu quando tinha 10 anos, diz que gostou muito.
Quando chegou estava passando horário eleitoral, falando sobre Sarney; ele diz que odeia essas coisas,, desligou a televisão, com o controle na mão; caiu no chão; e despedaçou todinho no chão.
Ele diz também que ele é elegante; gosta de cachorros, tem uma cachorra, dois gatos; 10 periquitos. Diz que e grande.
Ele diz que é estiloso, gosta de vestir roupas de marca boa; mas também disse que não é melhor do que o outro.
Ele diz ainda que ele é um pouco “doidinho”,
mas ele é certo da cabeça;
ele diz por último que gosta de escrever poesias
e poemas sobre Piauí; a cidade onde nasci. Diz Gerônimo da Silva.
Essa foi a entrevista “como vivo”: com Gerônimo da Silva. Até mais tarde.
(E este é o retrato feito em 3ª pessoa, em sala, pelo Alex. Na ocasião, ele pediu para que eu deixasse com ele o livro de Sebastião Salgado, 'Retratos das crianças do Êxodo”. Escrevia enquanto observava dois retratos. Disse que os retratos “olhavam para ele insistentemente”, donde a entrevista é com um daqueles meninos retratados)
Alex e Juliane,
ResponderExcluirum algo que dos textos ficou: saborear...
uma sensação de querer aprofundar e
em ambos a expressão dos desejos, algo que nos dias de hoje nem sempre fica claro nas intenções das pessoas e nos seus relacionamentos. Esse desejo marcou o compasso de minha leitura.
beijos, Elaine PB