Nasci casualmente. Não foi coisa de mãe e pai. Apareci na barriga de uma mulher, logo saí dela e comecei a ocupar o mundo sem chamego ou apego.
Gostava de correr na terra, me banhar na bacia, do pouco carinho de mãe e de brincar com outras crianças. Os homens fortes me fascinavam, seus braços construíam cabanas em poucos minutos. As mulheres não, elas conversavam e brigavam demais. Também mudavam demais de humor. Todas as broncas vinham delas. Já os homens guardavam seus mistérios. Sempre partiam corajosos e unidos. E voltavam transformados. As mulheres sempre ficavam, e eu com elas.
Maior um pouquinho constatei: existiam outros lugares e outros modos de vida. Fui, parti! Da mesma forma como nasci. Em outro mundo chegando logo vi que cada modo de vida é para um vivente. Eu deveria fazer parte do mundo dos que permanecem pequenos mesmo depois de terem crescido, como num tabuleiro de xadrez onde as peças são sempre altas ou sempre pequenas. Contudo a descoberta mais surpreendente foi sobre mim mesmo. Descobri que eu era diferente de qualquer outro ser porque minha cabeça pensava coisas que ninguém desconfiava! Então, passei a ter alguém que cuidava de mim, ela, a minha cabeça que me ensinou que também podemos crescer colocando roupas bonitas, tendo gente ou objetos interessante em nossa companhia... E foi conquistando coisas, gente, novos lugares que tornei me grande.
Quando percebo me partido, ou despedaçado faço uso de um objeto colante que junta os pedacinhos e faz com que todos me vejam grande como uma estatueta romana, e então sorrio pro mundo como um cão faz pro seu dono. Ah, me alimento de algo de muita sustância e cor intensa, sabor pertencimento ao grupo dos homens que partiam unidos. Unido, isso não sou. Mas me compadeço das ações dos que são. Assim como gosto do glamour das celebridades inatingíveis... Admirando os aproximo me do menino que fui. O menino para quem os mundos e seus homens eram inatingíveis.
(Andréia Almeida escreveu este retrato em 1ª pessoa a partir do auto-retrato em colagem feito por Camila)
Essa tal de...
Essa tal de Camila deve ser uma sujeita interessante. Cultua e defende o Oriente, em especial as mulheres, pois feminista que só ela, é contra injustiçase preconceitos. Acredita no poder da mulher.
Também é uma “louca do livro”, lê tudo que lhe derem. É... ela deve ser interessante.
Além de “louca do livro”, é uma “louca do esalte” e “louca do doce”. Quanta loucura!
Essa tal de Camila gosta de natureza e de política, juntando duas ideias, gosta dos projetos de outra tal Marina Silva. Não gosta de corrupção e mentiras, aproveita o bom da vida.
Essa tal de Camila deve serinteligente e engraçada. Gosta de xadrez e de Borat. Também gosta de animais. Soube que tem um gato e um cachorro. Ela gosta de história e arte. Quantos assuntos ela está à parte?!
…
É...
Essa tal de Camila...
(E este retrato em 3ª pessoa foi escrito pela própria Camila)
A imagem com seus poderes concentrados... gera muita criatividade. Abre para tantas possibilidades de escrita, que nem nos passa pela cabeça.
ResponderExcluirIsso é estimulante! Um exercício de tenacidade e ampliação de nosso Olhar.
abreijos,
Elaine PB