quarta-feira, 3 de novembro de 2010

"Sem título" - Obra de referência


("Sem título", da série "Noites de esperança" - 2006, caneta permanente e pintura sobre parede, 300x500cm)


Algumas de nossas notas de apreciação conjunta da obra e que irão estimular a escrita dos próximos textos:

Sinos, harpas, eco. vento. Som suave e contínuo. Música de ninar, som suave e contínuo, som de infinito.
Som de eletricidade, de lavanderia - máquinas batendo. Silêncio que precede o grande som.
Multidão, explosão, estrondo, perigo. Big bang.
Silêncio que pode me entristecer.

Cheiro de neve, de sabão. Cheiro de frio. Cheiro de nada.

Gosto de açúcar. Doce. Gosto de halls preto, de vidro, de gelo vencido. Gosto de ice cubes, de sorvete azul.

Frio, frescor. Não, muito frio.
Pico de montanha a menos 10º. Uma zul diferente. Constelações, portal para outra dimensão.
Onírico - visões de olhos fechados.
Parede-céu, chão-céu. História sem fim.

É dúbio, não é o que parece. Não é tão bonzinho assim. Este aéreo existe?
Céu-montanha, luz-noite, anjos sem rosto. Rodapé.
Sonho gerado pelo pé no chão, que encontra sensação desconfortável na vida real.

Sombras de alguém que um dia foi. parece gente debaixo de lençõis. repetição.
Caminhos traçados em profundidade.
Galáxia-tempo. teleférico de estrelas. Fios de fantoches. Estrelamento.
Alegria, vitalidade, mistério, brilho.

Dificuldade enorme em reconhecer alguma coisa. Não traz sensação nenhuma.
Nebulosa, cristais, ilusão, pintura ou colagem?
Ilusão entre figura e fundo.
Lembra a boneca Emília, teia de aranha com bichos presos.

Lembranças da primeira observação com o telescópio, de enfeites meio bregas de natal. Sombras de luz e seus reflexos na parede do quatro, luminária de filme que gira no quarto.
Minha mãe andando pelo chão molhado, da máquina de lavar que vaza.

Palco, pedras de gelo que caem, pontes, duas torres.
Apartamento da afilhada, sacada de seu quarto. Sensação boa.
Parece que levei pancada na cabeça. Liberdade. Iceberg.
Parece que obra saiu da tela. O centro é menos leve, menos aéreo. Bico de pena.

De longe anjos, de perto monstros. Fios que levam. Pra onde?

2 comentários:

  1. Adorei a obra. O fato de não conhecermos previamente o título e a autora da obra não afetou muito nosso julgamento. Percebi, nas análises de obras do Leonilson, que muitas das percepções que o grupo teve não estavam relacionadas com o contexto em que a obra estava inserida, mas muito mais no que a obra comunicava por si só.

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  2. Sandra Cinto!
    como é bom podermos entrar em contato com obras de frescor! Explico ou intuo: gente nova fazendo arte com intenção de arte!

    Elaborada simplicidade que nos garante delicadeza.
    O melhor de tudo é que é conterranea. Me deleita saber disso.

    Olhar sua obra nos permite multiplicidade, recortes, interfaces, grandeza e miniaturização,
    metalinguagem, purismo, lirismo e intensa profundidade. Creio que isso compõe também com nossa busca para o entendimento desse novo mundo que vivemos!

    Adélia, você sempre comenta que o grupo é um prazer trabalhar com o grupo, reitero, pero...
    é um prazer ter como liderança, alguém que busca o novo e imprime segurança para nossas interações artísticas e da ESCRITA!!

    A escolha desses artistas e suas obras, me tornaram melhor observadora! e com um olhar melhor, me torno pessoa melhor.

    Obrigado!

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