terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Quarentona empresária - Texto de Miriam Dias de Oliveira


Tomie Ohtake - Sem título - 1991 - acrílica sobre tela - 200 x 200 cm



Assim se passaram 11 anos, parece que foi ontem a empresária já caminhava pequena e limitada com nenhuma sombra de expansão.
Esta empresaria não conseguia enxergar o todo. Limitada no seu circulo vicioso, conformada com a situação.
Até que houve uma explosão, se auto percebeu e então começou o trabalho interno e externo, crescimento pessoal e profissional vencendo barreiras mesmo com opiniões contrárias seguiu firme na sua direção.
De personalidade expansiva e intuitiva. Hoje é como o fogo que arde sem se ver.








2ª versão:


Os negócios estavam bem e a vida confortável, quando a crise financeira chegou. A empresária entrou em declínio vertiginoso, num buraco escuro sem fim. Ali no fundo do seu poço, sozinha, sem forças e sem nada.

Vagando pelas ruas, sem identidade, sem destino, trapos em cima de seu corpo fraco, tinha comida, um cobertor e um cachorro para se proteger e se aquecer.

De repente houve uma explosão e um clarão em seus olhos. Ao abri-los, se viu na UTI – acordara de um coma profundo, 11 dias se passaram, mas como se fossem 11 anos. Naquele dia a empresária completava 40 anos.


7 comentários:

  1. Como já analisamos seu texto em aula, venho sugerir a você Miriam um "E se..." : E se você (assim como me sugeriram no primeiro exercício) tornasse seu texto mais dramático??? sinto ele um pouco literário demais... e sinto dificuldade em imaginá-lo como cena. Este exercício me ajudou muito na produção dos outros textos.Outro comentário: senti seu texto muito mais ligado entre as frases! As idéias se encaixam bem melhor.

    ResponderExcluir
  2. Quando leio esse texto sinto a falta de elementos que prendam minha atenção nele. Ele está uníssono...vem de uma mesma forma do começo ao fim...como sugestão faço das palavras da Tatila as minhas...tente o tornar mais dramático, uma história com um final feliz pede momentos dolorosos da personagem, torne-a um pouco mais humana...ninguém consegue o triunfo assim tão fácil!

    ResponderExcluir
  3. Mirian,
    Talvez o uníssono que a colega Elen tenha percebido seja pelo fato do uso de palavras como “expansão”, “situação” e “direção” quase que como metricamente, como numa poesia. Isso pode ter sido intencional e até nos propõe um ritmo que condiz com a temática. Porém, quando você propõe a mudança dessa personagem ficaria mais interessante se esse ritmo e o tom do texto também mudassem. Proponha uma quebra ou um estranhamento que ressalte aquilo que você quer dizer com a situação dessa empresária. Para completar, “fogo que arde sem se ver” é uma referência à Camões? Não ficou compreensível o uso deste termo.

    ResponderExcluir
  4. Também observei que as frases, com excessão da última, rimam no final. Como o texto não é uma poesia, não tem uma métrica certinha, fica estranho de ler e ouvir. Fico pensando: "Será que ela quer dizer alguma coisa com essa rima ?"
    Sinto falta de um recheio no texto que demonstre melhor essa mulher.

    ResponderExcluir
  5. Mí, na segunda versão parecia que ela ia aparecer mais, criou um certo suspense e ele se retraiu.
    E se você a colocasse em cena como seria? Pense assim, talvez seja melhor para terminar de apresentá-la.

    ResponderExcluir
  6. Oi, Miriam,

    como já comentamos em sala, você foi a escrevedora que mais investiu no aperfeiçoamento de seus textos. Ouvindo e lendo os comentários, processando, reescrevendo. Nesse sentido, você já tem os nossos parabéns.

    Na primeira versão que você apresentou desse retrato, alguns colegas sentiram falta de algo mais “dramático”. Isso é curioso, pois nosso ateliê investiga, justamente, o não mais dramático... Porém, me arriscaria a dizer o que entendemos aqui por dramático (e que difere do sentido teatral): humano.
    Esse primeiro texto apresenta um relato, digamos, neutro da trajetória. Como se as coisas se dessem por um passe de mágica. Comentamos que um dos fatores que mais assegura a comunicação com o público é a humanidade. Uma trajetória que represente o esforço humano, a conquista humana, com suas dificuldades, suas superações.
    Por isso você, na segunda versão, já nos apresenta mais detalhadamente os percalços (humanos) dessa empresária, que quase chega à superação. Talvez não tenha chegado por causa do número de linhas que havíamos determinado, não é?
    Pois eu te digo que fiquei curiosa para saber o que aconteceu depois. Se você puder nos contar algum dia, eu agradeço!

    Por enquanto sugiro apenas que cuide da pontuação. No primeiro ela está mais problemáticas, e no segundo ainda há algumas coisas a rever. A pontuação garante o ritmo, o suspense, as intenções. Então vale a pena você investigar esse aspecto.
    Beijão, guerreira.

    ResponderExcluir