Iberê Camargo - Mulher e manequim - 1991 - Óleo sobre tela
Já era fim do dia. Eu estava sozinha como todas as tardes. Tinha apenas 6 anos, estudava pela manhã e à tarde minha mãe me trancava dentro de casa para ir trabalhar. O fogo começou no barraco vizinho. Não sei direito como, em minutos se alastrou no meu quintal. Da janela da cozinha só conseguia enxergar o calor das chamas lá de fora. Escutava gritos de desespero da vizinhança e os estalos da madeira e do mato queimando. Janelas e portas estavam trancadas e a fumaça começou a tomar conta de onde eu estava.
Me encolhi embaixo da cama. Só lembro de ter acordado, horas depois, no hospital com 80% do meu corpo queimado.
(Esta é a primeira versão do "relato de experiência" escrito por Suellen Anzolin a partir da apreciação da tela de Iberê, publicada na postagem anterior.
A partir das análises dos colegas, o texto será reescrito e publicado aqui, em sua segunda versão)
Eu gosto muito, parece depoimento da Discovery, enxergo até a simulação feita pelo programa que conta em detalhes vivências dramáticas de várias pessoas do mundo.
ResponderExcluirSuellen,
ResponderExcluirhá uma força tão vigorosa na síntese, que a única coisa que me ocorre é desejar sorte à personagem, que ela se recupere.É um texto incomodo e isso o faz marcante.
Ampliar ou "e se", nesse momento para ele, não cabe.
Mas, coloco como um desafio, uma escrita sobre quem está do lado de fora, vários pequenos relatos... algo para aguçar ainda mais a criatividade.
Um abraço da Elaine Bombicini