domingo, 6 de fevereiro de 2011

2011 - Nova jornada do Ateliê





Fechamos em dezembro a primeira jornada do Ateliê de Dramaturgia da FAINC. Foram 14 encontros em que trabalhamos teoria da dramaturgia contemporânea e prática de escrita, a partir da apreciação de obras de artistas da chamada Geração 80.

Iniciamos a segunda jornada, desta vez com a turma de Pós-Graduação da FAINC, que conta com 14 alunos. Será um módulo mais curto, com 6 encontros, e que começou com a apreciação de uma tela de Iberê Camargo, um dos maiores artistas brasileiros do século 20.



Iberê nasceu no Rio Grande do Sul em 1914, mas passou boa parte da vida no Rio de janeiro e estudando com grandes mestres na Europa. Dedicou-se à pintura, ao desenho, à gravura e ao guache, mostrando-se desde jovem independente em relação a tendências hegemônicas. Reservado em seu ateliê, avesso a holofotes, criou uma obra movida pela paixão: 

"Arte, para mim, foi sempre uma obsessão. Nunca toquei a vida com a ponta dos dedos. Tudo o que fiz, fiz sempre com paixão."

Essa paixão transparece inclusive no trato que Iberê dá ao material pictórico. Segundo o crítico Luiz Camillo Osório, "a forma nasce de dentro das camadas de tinta, do movimento das pinceladas, que ficam na superfície da tela para serem tocadas pelos olhos que as veem".

Seus estudos, acervo e outros materisi estão hoje sob os cuidados da Fundação Iberê Camargo, que pode ser acessada no link:

www.iberecamargo.org.br

De tendência expressionista, muitas de suas obras, geralmente de grandes escalas, põem em evidência o homem moderno, a solidão, o abandono. Um mundo conturbado e incerto quanto ao futuro. "Pinto porque a vida dói", afirmava o pintor.

Pareceu-nos que um diálogo criativo com Iberê lançaria luzes sobre o contemporâneo, matéria de nossa escrita.


Um comentário:

  1. Adélia,

    vejo Iberê como eu vejo a Arte: uma paixão meticulosa!
    Excelente proposta para o grupo, espero que haja grandes resultados.
    abraços,
    Elaine

    ResponderExcluir