Tomie Ohtake - Sem título - 1970 - óleo sobre tela - 170 x 200cm
Temporal. Que um dia guardado numa pequena caixa, esqueceu seu nome.
Tenho conhecimento profundo da tua alma. Por isso sei desta tempestade. Faço parte de teus pensamentos desde que era sereno de madrugada vazia.
Sou tua alma, chuva de verão por vezes maldita. Alter-ego crítico: Abaixo a gentileza de aparência e a aparência de gentileza.
Detesto a limitação das caixas fechadas e por isso determino: Grita!
Anula tua mãe! Mata teu pai! Apruma teu rumo. Encontra teu verdadeiro país. Esta fôrma não é tua. Não foi feita deste barro. Não é deste jardim.
Adorei o texto, na verdade ele é poesia do início ao fim e com algumas imagens poéticas requintadas: “Faço parte de teus pensamentos desde que era sereno de madrugada vazia.”... Bonito demais!
ResponderExcluirJosé Antonio de Lima
Texto rápido, com um ritmo ótimo.Provocante! Dramaturgia aberta que não revela se a personagem ficou a vida toda nesse estado ou se foi uma fração de segundo! Psicológico..Poético...com fortes imagens.Muito contemporâneo na escolha das palavras usadas, no ritmo, na "atemporalidade", no tema tratado!
ResponderExcluirMe remete muito a obra analisada.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPuxa...acho tão legal a maneira que a Mônica escreve, mas infelizmente não tenho o costume de entender textos assim, por falta de prática ou até mesmo por gosto. É claro que depois da análise feita em sala de aula entendo, mas não posso explicitar o que achei sendo que meu entendimento veio através de impressões alheias.
ResponderExcluirMônica
ResponderExcluirA poesia no texto é muito presente. Não só pelas escolhas das palavras, que bem se percebe foi dada atenção especial a isso, mas também pela intenção que tem de nos transmitir sensações. Tal aspecto é percebido pelo uso de termos como, por exemplo: “temporal” e “sereno de madrugada vazia”. Nesse sentido, o texto da Mônica não é despretensioso, pelo contrário há um trabalho e a intenção nos dirige mais a imaginação e sensibilidade do que ao raciocínio.
Linguagem poética, escrita contemporânea, aberto para encenações.
ResponderExcluirPra mim, assim como pra Elen, também é mais difícil analisar um texto assim, mas... estamos aqui pra isso né !
Gosto do ritmo e das sensações que esse ritmo me trás.
A vida do seu texto está na encenação, em quanto texto eu demorei muito para compreender o que todos interpretaram. Mas imaginando seu texto em cenas ele torna-se mais claro.
ResponderExcluirAliás ele possibilita idéias maravilhosas de cena, assim como está, sem rubricas. Pronto para um encenador trabalhar.
Têm tantas frases lindas, poéticas e esse final intrigante, revolto.
ResponderExcluirO personagem não está claro para mim, acho que está bem aberto para criação, seria uma proposta.
Você sempre escreve de maneira a nos fazer pensar bastante, mas dessa vez você me fez refletir e criar diversas possibilidades.
Gosto disso!
Que forte e poético!
ResponderExcluirA mônica como sempre nos surpreendendo com seus textos dramaturgos, adoro a forma que ela escreve e representa seus personagens, onde possibilita clareza e faz o espectador ter mais entusiasmo e empolgação na leitura.
Sua linguagem é poético e tem um ar provocante que leva o leitor refletir ainda mais .
Mônica
ResponderExcluirPoético, inspirador, tom provocador e ao mesmo tempo revelador.
Ao ler o texto várias vezes, percebi nas entrelinhasas revelações da personagem oculta.
As angustias, tristezas, desejos de liberdade entre tantos sentimentos que o personagem está vivendo. Texto sem rubrica onde o encenador com o ator conseguem trabalhar com liberdade as intenções e fazer que o espectador refleta sobre o que passa com ele mesmo.
Mônica, vou pegar carona nos comentários anteriores.
ResponderExcluirComo percebemos em sala, quando da leitura de seu texto, esse tipo de escrita causa, a princípio, estranhamento.
É como se tivéssemos de ler várias vezes para tentar compreender e, nesse caso, nos impressionam mais fortemente as imagens claras, as construções mais diretas, como as do final.
Isso me faz pensar em muita coisa que se tem feito na arte contemporânea.
Longe de mim querer teorizar nesse espaço tão limitado de um blog, mas... tenho a impressão, às vezes, de que certas construções ficam melhores na literatura que no teatro.
Digo isso imaginando este texto sendo dito em cena. Posso estar enganada, mas talvez perca muito da beleza poética que se tem ao ler.
Portanto, sugeriria que você revisse o texto como um todo, com vistas à cena.
Encontrasse uma maneira de ele continuar belo,porém comunicando e uma outra forma o que você tem em mente.
Beijos.
PS: Mõnica, assisti ontem a um espetaculo de dança-teatro e lembrei muito de voce.
ResponderExcluirPensei nesse seu texto e em como ele ficaria bonito se conjugado com o movimento e não necessariamente com interpretação.
Palavra de honra que ele está muito melhor que os textos que foram exibidos ontem.
mais beijos.
Monica!
ResponderExcluirquando li na primeira vez, senti como se fosse o primeiro esboço de algo que está por vir.
Depois da segunda e terceira leitura, já mais assimilado, vi potenciais imagéticos fortes.
mas concordando com o que alguns leitores postaram, poderíamos sutilizar ou suavizar essa poesia, mas isso é algo meu e muito egoista, apenas para alcançar um maior numero de pessoas. Como um exercício de passagem. Mas no fundo desse egoismo acredito que, suave, penetrará mais fundo. e depois de ler esse post da Adélia, creio que palavra e forma são sempre bem vindas. Beijão e espero ter colaborado um tantinho, Elaine
Elaine e Adélia,
ResponderExcluirTenho refletido muito sobre os comentários de vocês. Talvez tenha sido egoísta e não tenha pensado muito na recepção do texto.
Pra mim, ele é muito significativo (pessoalmente e profissionalmente). Digo isso, porque ele representa um jorro, um emaranhado de imagens, no qual misturei experiências pessoais e literárias. Acho que saí um pouco do campo das artes cênica... Ele tem muito de referências de Michel Butor (autor francês contemporâneo),de Marcel Proust ...
Como disse na avaliação,não sei como alterá-lo (talvez ele tenha que ficar no campo da literatura mesmo). Não sei ainda... Estou confusa...