domingo, 27 de fevereiro de 2011

Concreção 005 - Diálogo com a cidade



Luiz Sacilotto - Concreção 005 - 2000 - escultura em aço carbono pintado, 4 m de altura
(Foto: internet)


Esta foi a obra escolhida para nossa apreciação. Instalada no calçadão da rua Oliveira Lima, centro comercial de Santo André, Concreção 005 aponta em várias direções. Situada na confluência com a rua Monte Casseros e a Praça do Carmo e bem no meio do calçadão, assume variadas formas de acordo com nossa origem, nossa posição e nosso olhar. 

Concreção 005 pode ser vista ao longe. Um ponto de referência gigantesco, porém, invisível.

Participantes do ateliê sentam-se "na obra", misturados aos transeuntes
(Foto: Adélia Nicolete)

Invisível porque tornou-se banco, descanso, ponto de encontro, suporte de pichações e propagandas coladas. Invisível porque ninguém sabe o que é aquilo - e a placa com sua  identificação está quase invisível também.

Mais invisível ainda está o próprio chão-arte  da rua Oliveira Lima. A intenção era homenagear o artista andreense reproduzindo no solo alguns de seus traços. Mas quem sabe disso? Que importância isso tem quando não é de conhecimento público?

Calçadão da rua Oliveira Lima - Santo André
(Foto: internet)


O grupo saiu a campo num processo individual de observação sensível do trajeto, da obra e seu entorno.
Depois de discussão em sala, de troca de impressões, partiu-se para a proposta de escrita de um diálogo com, no máximo, 12 falas e que, de alguma forma contivesse alguns dos elementos registrados na observação.


Adélia Nicolete

4 comentários:

  1. que coisa curiosa! talvez uma sintonia, passei por esses dias ai pelo Centro de Santo André e me deparei com a citada obra e seus entornos. E tive a chance de analisar algumas coisas e o resultado nesse trecho do caminho, foi uma vontade expressa de chorar.
    Não adianta, não podemos esperar Respeito, de quem não o tem para dar. de quem não sabe onde pisa...
    A obra está porca, assim como a maior parte das obras que ficam a céu aberto em várias partes do Brasil. Me choca o descaso e descuido com aquilo que nos representa.

    Somos um país novo, sei... mas se nao educarmos e nos educarmos para o Belo, continuaremos no futuro um país velho porém medíocre, por isso leio os textos postados e me contentei, pelo menos por breve espaço de tempo, fiquei feliz por alguém dentro dessa cidade focar nessa relação da arte com a escrita e em suas relações mesmo que fictícias com os transeuntes, ocuparem-se da obra. Ela humanizada assim se preenche de carinho.
    me senti mais confortada.

    Felizes coincidências do pensar, há esperança no ar!!

    Ao grupo fortes abraços, os sigo em leituras e mais futuramente em comentários.

    Elaine Perli Bombicini

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  2. Oi, pessoas... Oi, Adelia...
    Que lindo está este blog. Estava acompanhando os primeiros textos do grupo, ainda sem comentários (achei que o pessoal estava um pouco tímido ainda para comentar e confesso que eu também).
    Fiquei um tempo sem visitar o blog e, neste período, a produção ficou riquíssima e o blog cheio de comentários muito interessantes. Que invejinha branca!!!

    Bom, estou sempre por aqui, apreciando... Gostaria de comentar também, posso? Me apropriar um pouco deste universo?

    Bjos. Aproveitem muito!!!

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  3. Carina...
    Sem saber quem exatamente é você...
    Não pode não!
    DEVE!
    Agradeceríamos muito as suas considerações...
    Espero anciosa novas postagens suas...
    AZÊ

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  4. SOBRE A OBRA
    Uma fratura emocional.
    É extremamente necessário cicatrizá-la.Uma obra que deseja unir amigos, mas esta,não pode ser vencida pelos mesmos... Nada de encosto... Nada de banquinho... A cultura ocidental deve deixar de ser engomada, preparada, justificada e/ou explicada. Não deve ser exposta de forma racional.
    Nossa arte deve ser revelada... As cortinas devem ser logo abertas.
    Chega dessas aparências governamentais, todas elas obscuras e vigiadas.
    Somos nós, apenas "os nós", os muito mais poderosos que isso!
    Vamos nos entreter com a estranha possibilidade de observar e enxergar os rostos das pessoas... Todas elas tem nomes, interesses, profundidade... Por mais difícil e resistente, além de possível, é, novamente, extremamente necessário.

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